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Arquitetos: Urban Design Collaborative
- Área: 390 m²
- Ano: 2020
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Fotografias:Shamanth Patil J
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Fabricantes: Aluk, Asian Paints, Atomberg Technologies, AutoDesk, Everest, Gadli Industries, Gessi, Grohe, Hacker India, Hettich, K-lite, Phillips, Saint-Gobain, Sternhagen, VitrA
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto da Casa Sem Tijolos consiste na substituição de uma antiga casa de 50 anos, localizada em um terreno com 19.8 x 25.9 metros, em uma rua sem saída, por uma nova e contemporânea residência, projetada para ser introvertida com o objetivo de envolver um jardim privativo dentro do lote e organizar espaços de convivência ao seu redor.
Próxima a uma reserva natural, o projeto usou da oportunidade de usar as copas das árvores como paisagem para a casa. A casa, que tem uma planta em C, tem seu pátio interno desenhado adjacente ao parque. A paisagem permite que os moradores usem do pátio como uma extensão das áreas de jantar, e também como uma conexão visual aos dormitórios e à sala de estar. A variação de volumes internos, de elementos com água e paisagismo ajuda a reduzir as temperaturas internas.
Assim como sugere o nome do projeto, este foi construído com uma variedade de materiais, com exceção de tijolos. Painéis de gesso reforçado com fibra de vidro, conhecidos como GFRG, foram utilizados como fechamento das paredes, e também na cobertura. Os painéis são pré-fabricados e foram erguidos no local, usando guindastes e têm suas cavidades preenchidas com concreto. O uso desses painéis fazem a casa ter uma estrutura monolítica, que é segura para terremotos no caso de terremotos.
O uso dessa tecnologia ajuda a reduzir a temperatura interna e possibilitou ganhar área de superfície no terreno. A técnica é sustentável, pois usa material reciclado para fabricar os painéis, e também garante uma pegada de carbono baixa. O uso dos painéis GFRG viabiliza a execução do telhado com 45° de inclinação, o que traz um drama para os ambientes internos. O telhado é revestido em ardósia, de origem local, o que garante uma mudança na tonalidade de acordo com o sol, além de que, um leve respingo de chuva traz um efeito cintilante em sua superfície.
Os moradores e visitantes, a medida que se movem pela casa, experienciam uma gama de cenários e sensações que variam de acordo com as configurações volumétricas. Na parte da frente da casa encontra-se um corpo d'água revestido de mármore preto com detalhes da pedra tradicional de Kerala, usada como bica de água. O corpo d'água, aberto para o céu, traz frescor para o espaço de estar interno, enquanto seus sons reverberam no lugar. O volume, semelhante a uma capela, tem um grande lustre Lilly em preto e dourado e uma luminária de chão em forma de serpente projetada por Nirmal S. John Britto para John Nir.London. A área de estudo, no pavimento superior, interage com o volume de pé direito duplo da sala de estar, enquanto também apresenta uma janela com vista para o corpo d'água da frente da casa.
A escada se expande também como espaço de sentar, e espaços para exibir a coleção de latão dos moradores. Os dormitórios têm uma janela que sai do perímetro do prédio e se torna um recanto confortável para olhar para o jardim. A sala familiar tem um pé direito de 2,5 metros de altura para tornar o espaço aconchegante e confortável. Essa baixa altura, auxiliada por aberturas de vidro altas, atrai os olhos para o jardim e para a paisagem do parque.